segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Vou-me embora pra Pasárgada Hills

Vou-me embora pra Pasárgada Hills, lá não tem um rei, mas com certeza terei a King size bed que escolherei.
Vou-me embora pra Pasárgada Hills porque aqui não sou feliz, já lá a existência é uma aventura, de tal modo inconsequente que não preciso disputar com Joana a Louca de Espanha um Louboutin por apenas R$100,00!
Farei pouca ginástica e andarei de bicicleta e assim terei o corpo perfeito para tomar banho de mar!
E quando estiver cansada, deito na beira da piscina e mando chamar o Ashton Kutcher para me trazer um Dry Martini que no tempo de menina só via pela televisão.
Em Pasárgada Hills tem tudo, Dior, Chanel, Louboutin, Louis Vuitton, Tommy...é outra civilização, tem um cartão de crédito seguro de impedir limites.
Tem telefone celular e manicures à vontade, tem homens bonitos para a gente namorar.
E quando eu estiver mais triste o David Beckham virá me alegrar. Vou-me embora pra Pasárgada Hills.


Marina Rodrigues (Mercês - 1301)

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Construindo a Igualdade de Gênero - CP2


Estão abertas as inscrições para o 6º concurso de redações Construindo a Igualdade de Gênero.
Inscrições e Informações no site: http://www.igualdadedegenero.cnpq.br/

Com o objetivo de colaborar com o processo de elaboração desses textos, percebendo o interesse de alguns alunos e alunas, resolvemos formar um grupos de estudos para discutir o tema em reuniões semanais. Os encontros acontecerão segundas-feiras às 13h (para as turmas da manhã) e sextas às 9:15 (para as turmas da tarde).

Não só para escrever o trabalho, mas também para construir uma reflexão sobre as desigualdades - que ainda existem - entre os gêneros, vamos trocar ideias, ler textos e dar contribuições para os trabalhos uns dos outros.
 
Faço um convite especial aos meninos, para que a diversidade de gênero não seja apenas uma teoria em nossos trabalhos.


Quer entender o que é gênero?
Indicação de site sobre o tema:
 http://www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=oassuntoe.interna&id_tema=8&id_subtema=7
 

Oficina de escrita criativa

Estou começando o Projeto Oficina de Escrita Criativa com os alunos do colégio Mercês. O projeto inicial era ter um dia fixo para os encontros. Porém, por falta de horário disponível, modifiquei a logística.

Vou receber os textos via e-mail e mandar meus comentários também por email. Periodicamente faremos reuniões para trocar e compartilhar os textos que podem ser contos, crônicas ou poemas.

Mandarei também via email o tema da semana.

Para paritipar basta se inscrever mandando uma mensagem para PROF_SILVIABARROS@YAHOO.COM.BR
com as seguintes informações: nome completo, data de nascimento e turma.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

“Devo estar chegando ao centro da terra”


Foi o que pensou Alice enquanto caia em um buraco quilométrico (segundo ela mesma calculou). Ela não se questionou sobre o absurdo de haver um buraco como aquele, que ultrapassava lençóis freáticos e o magma terrestre. Alice era apenas uma criança. As coisas eram mais profundas (com perdão do trocadilho) que simples explicações científicas.

No filme de Tim Burton, conhecemos Alice crescida, adolescente, ainda questionadora, inconformada com as normas sociais de comportamento, resistente a um noivado sem amor. Foi boa a solução do roteirista/diretor de mostrar o retorno de Alice ao estranho mundo que conhecera na infância e a junção de elementos dos dois contos (Alice no País das Maravilhas e Alice através do espelho). 


Mas a Alice que retorna ao País das Maravilhas está diferente e não me refiro à reclamação recorrente sobre filmes criados a partir de livros: “o filme não faz jus ao livro”. Isso me parece óbvio. Dificilmente a narrativa fílmica será exatamente como a narrativa literária. São dois textos diferentes. Um não pode ser o outro.


O que me incomodou sobre a Alice do filme, foi uma certa apatia.  O mundo maravilhoso não faz sentido para ela, e ao contrário da Alice do livro, ela não cria um sentido próprio, novo. O filme parece baseado demais nas ações das personagens e esvazia um pouco a importância de cada um deles para a própria Alice.

Helena Bohan Carter está maravilhosa como a Rainha Vermelha. Falar mal do Johnny Depp para mim é blasfêmia. Tim Burton tem um estilo que nos dá vontade de assistir a qualquer coisa filmada por ele. As imagens são lindas. Tudo bem parecido com as ilustrações de John Tenniel. Por tudo isso, me diverti. Sai do cinema feliz por ter assistido logo na primeira semana (a badalação em cima das produções me faz perder o ânimo para assisti-las).  Qual é o defeito do filme?
 
                                                        A Alice cresceu.   



quarta-feira, 19 de maio de 2010

Poesia do dia



Busque Amor novas artes, novo engenho 

Busque Amor novas artes, novo engenho,
Para matar-me, e novas esquivanças,
Que não pode tirar-me as esperanças,
Que mal me tirará o que eu não tenho.

Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
Andando em bravo mar, perdido lenho.

Mas, conquanto não pode haver desgosto
Onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal que mata e não se vê;

Que dias há que na alma me tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como, e dói não sei porquê.



Luís de Camões (1524-1580)

terça-feira, 18 de maio de 2010

Concurso Literário - LiteraCidade

Prêmio LiteraCidade clique aqui!

Pessoal, temos incrições abertas para um concurso literário. Meus poetas e ficcionistas, a inscrição do concurso custa apenas 20 reais! Que tal participar?!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Nova sessão: Leitura de tela

Nessa sessão eu indicarei um blog de algum aluno, ex-aluno ou amigo. Serve também como lista tadas as vezes que eu queria retomar uma leitura bloguística que a falta de tempo me fez interromper. Aceito sugestões!


Começarei com a Bárbara e seu Barbaridades.
Boa leitura!

terça-feira, 11 de maio de 2010

Concurso Contos do RIo

Esse post está atrasadíssimo, mas ainda há tempo para se inscrever no concuso Contos do Rio do Jornal O Globo.
clique aqui para ler o regulamento e se inscrever.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Mulheres na televisão

Resolvi fazer um teste: fiz uma busca no google com apenas essas duas palavras "mulheres televesão" e busquei em imagens. Selecionei algumas das imagens que encontrei apenas nas duas primeiras páginas.




    Uma moça de calcinha e sutiã sobre uma cama; um time de modelos de biquini; uma muher-fruta pedalando de biquini (?!); a mulher-maravilha e a protagonista da novela das 8 nua.

Modelos, dançarina-funkeira, uma atriz renomada e até mesmo uma personagem de quadrinhos.

O que elas têm em comum? O excesso de sensualidade relacionado a suas imagens. Por que essas moças precisar jogar bola de biquini enquando os homens que aparecem na mesma foto estão vestidos? O que essa moça que anda de bicicleta de fio-dental quer mostrar?

A televisão nos ensinou a ter um interesse enorme pelos corpos alheios. Um interesse sensual e sexual. Homens e mulheres desejam ver belos corpos e compartilham esses desejos com os amigos e com a família durante o almoço ou quando veem a Helena tomando banho na novela.

Por que ela precisava aparecer tomando banho? Pelo menos motivo que ela deve fazer fotos com um pedaço de pano cobrindo seu corpo. Essas imagens não provam sua qualidade artítica. Apenas a vendem como um corpo desejável. E invejável. Do tipo que leva mulheres a cirurgiões, academias, esteticistas etc.

O corpo e o erotismo hoje são públicos. Não que devêssemos ter pudor dos nossos corpos. Pelo contrário, eles são bonitos, devem ser saudáveis, não podem ser motivo de vergonha. Mas fazem parte da intimidade. Ou não é constrangedor ver essa foto da Andressa/ Mulher melancia? Principalmente com seus pais no sofá da sala? Mas o que nós fazemos? Entramos em uma discussão sobre a quantidade de celulite que ela tem ou o quão "gostosa" ela é.

A solução é massacrarmos Andressa da mesma forma que fizeram com Geyse Arruda? Não. Todas as duas estão imersas nessa cultura que vende o corpo,  coage a mulher a expor sua nudez, empurra pessoas jovens e vividas a almejar um tipo físico definido.

Ter prestígio é posar nua. Se iniciar na vida artística é se exibir horas de biquini na piscina de uma casa cenográfica para milhões de pessoas.

Não é pela condenação dessas práticas que escrevo esse texto. Mas sim pela prática do questionamento, porque isso sim está em falta por aí.

Sílvia Barros

Vestibular 2011

Uerj divulga edital da 1ª fase do vestibular 2011

Provas serão aplicadas em junho e setembro.
Confira também o calendário de inscrições.


 http://www.vestibular.uerj.br/portal_vestibular_uerj/index_portal.php

quinta-feira, 8 de abril de 2010

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Literatura e afeto - Por Sílvia Barros

Hoje, lendo A literatura em Perigo de Tzvetan Todorov, encontrei uma daquelas passagens que resumem toda a nossa vida. Aliás, os últimos parágrafos do prólogo resumem a vida de qualquer ser humano que ame literatura.

"Hoje, se me pergunto por que amo a literaura, a resposta que me vem espontaneamente à cabeça é: porque ela me ajuda a viver". Imediatamente me lembrei da conversa de ontem na turma 2104 do Pedro II, quando discutíamos sobre a "utilidade" da literatura. Sobre a necessidade de ler e de escrever. E o motivo é esse: precisamos de literatura para viver.

"Somo todos feitos do que os outros seres humanos nos dão". O "homem-concha" não sobrevive. Não é ser humano. Aquele que vive o mundo real, não vive. 

Ler é um ato afetivo. Tanto um carinho a nós mesmo, que damos oportunidade ao nosso sonho, que satisfazemos um anseio da nossa alma, quanto ao escritor. Isso porque o livro fechado, como eu sempe digo, é como se não exixtisse. Abri-lo, conhecê-lo é uma atitude de afeto com quem o escreveu. Com quem teve a generosidade de partilhar suas criações. É gratidão.

Todorov, um búlgaro de 70 anos, compartilha comigo, conosco o mesmo amor e a mesma necessidade: pois "ela [a literatura] permite que cada um responda melhor à sua vocação de ser humano".

terça-feira, 16 de março de 2010

Leitura e comentário

Crise e literatura

A palavra escrita reconquistou um espaço avassalador no ambiente da vida. Hoje parece que tudo provoca curiosamente uma compulsão de ler e escrever.

Cristovão Tezza

 Uma velha pergunta: o que leva alguém a es­­crever? Parece que es­­crever é sempre a manifestação de uma crise. Talvez seja preciso inverter a equação, da crise mundial (como todas, em todos os tempos, e essa não foi sequer a pior), para a crise da literatura, hoje quase um patinho feio da cultura. E penso que nem de longe ela voltará à glória com que explodiu no século 19, quando se criaram enfim as suas condições modernas – o leitor, o la­­zer, o império da escrita, a circulação espetacular do livro, a valorização do indivíduo e a sem­­pre importante separação política entre Igreja e Estado, mar­ca registrada do Ocidente (sem essa separação crucial, aban­­donemos toda esperança).

Por um bom tempo a literatura foi a arena em que se discutiam, pela simples representação ficcional do mundo, praticamente todos os grandes temas das humanidades. Leia-se Dos­­toiévski, Dickens, Tolstói, Bal­­zac, e é isso que se encontra. Mas a ficção foi perdendo terreno para outros meios da cultura po­­pular, começando pelo cinema, avançando pela televisão e hoje chegando à internet (o que é outro momento e outra história). A primeira “vítima” (se é lícito falar assim) desse avanço foi o tempo de lazer – ingrediente indispensável de quem lê – agora repartido entre mil outras atividades, quem sabe muito mais atraentes, cantos da sereia tecnológica que ao mesmo tempo colocou o mundo inteiro à disposição e nos tirou a paz e as condições de desfrutá-lo. Não tenho nada contra os novos meios, é bom deixar claro. Escrevo esse texto num computador de última geração, sou viciado em Google e me encanta o infinito potencial informativo desses novos tempos – não sofro de nenhuma nostalgia da máquina de escrever.

O que me interessa é localizar o espaço da literatura que restou nesse mundo novo. Não vou falar em “função” da literatura porque isso seria lhe dar uma direção e um sentido a priori; melhor pensar em “espaço” mesmo, o lugar em que ela surge, cria forma e se move. Pelo menos num ponto, estamos melhor do que há 30 anos: da era da televisão, um lugar de pura oralidade, passamos à internet, que é basicamente escrita. Sem­­pre bato nessa tecla: a palavra escrita reconquistou um espaço avassalador no ambiente da vi­­da. Hoje parece que tudo provoca curiosamente uma compulsão de ler e escrever.

Certo, todas são palavras “prag­­máticas” – nesse mundo de utilidades, o escritor respira em solidão, afirmando uma contra palavra. Não é a crise do mundo que faz nascer romancistas e poetas. Eles escrevem porque são eles mesmos que estão em crise – um poderoso sentimento de inadequação, que é a alma da arte, sopra-lhes a primeira palavra, com a qual eles tentam redesenhar o mundo.

sábado, 6 de março de 2010

Muito legal esse site!

 
Site da Discovery sobre a evolução da internet. 
Essa roda é interativa, a gente vai clicando nos anos e descobrindo quais foram as novidades e evoluções.
Clique aqui.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Chacrinha - Clarice Lispector

De tanto falarem em Chacrinha, liguei a televisão para seu programa que me pareceu durar mais que uma hora.

E fiquei pasma. Dizem-me que esse programa é atualmente o mais popular. Mas como? O homem tem qualquer coisa de doido, e estou usando a palavra doido no seu verdadeiro sentido. O auditório também cheio. É um programa de calouros, pelo menos o que eu vi. Ocupa a chamada hora nobre da televisão. O homem se veste com roupas loucas, o calouro apresenta o seu número e, se não agrada, a buzina do Chacrinha funciona, despedindo-o. Além do mais, Chacrinha tem algo de sádico: sente-se o prazer que tem em usar a buzina. E suas gracinhas se repetem a todo o instante — falta-lhe imaginação ou ele é obcecado.

E os calouros? Como é deprimente. São de todas as idades. E em todas as idades vê-se a ânsia de aparecer, de se mostrar, de se tornar famoso, mesmo à custa do ridículo ou da humilhação. Vêm velhos até de setenta anos. Com exceções, os calouros são de origem humilde, têm ar de subnutridos. E o auditório aplaude. Há prêmios em dinheiro para os que acertarem através de cartas o número de buzinadas que Chacrinha dará; pelo menos foi assim no programa que vi. Será pela possibilidade da sorte de ganhar dinheiro, como em loteria, que o programa tem tal popularidade? Ou será por pobreza de espírito de nosso povo? Ou será que os telespectadores têm em si um pouco de sadismo que se compraz no sadismo de Chacrinha?

Não entendo. Nossa televisão, com exceções, é pobre, além de superlotada de anúncios. Mas Chacrinha foi demais. Simplesmente não entendi o fenômeno. E fiquei triste, decepcionada: eu quereria um povo mais exigente.

Clarice Lispector, em crônica publicada em 1967 pelo Jornal do Brasil,
A descoberta do mundo, ed. Rocco.

O mais interessante desse texto é o fato de ser original e atual. Original porque Clarice é uma autora incrível mesmo escrevendo sobre temas cotidianos. Atual porque a crítica que ela faz à televisão é a mesma que lemos e vemos hoje, feita tanto pelo público como pelos intelectuais de nossa época.
Eu amo televisão, mas faço minha crítica e acho que não vale (é covarde) se aproveitar da miséria alheia e da ignorância (falta de escolaridade mesmo) das pessoas. 

 

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Pré-Vestibular Comunitário Milton Santos abre inscrições para 2010

As inscrições serão realizadas nos dias 3 e 4 de março, das 17h às 21h no  Instituto de Biologia da UFF.

Os interessados deverão levar:

- Comprovante de Residência (cópia);
- Cópia do comprovante de escolaridade  (2º grau completo);
- Cópia do comprovante de Renda;
- Cópia da Identidade
- 1 Retrato
- 1 Kilo de alimento não-perecível


O Instituto de Biologia fica no Campus do Valonguinho (próximo ao Plaza Shopping), no Outeiro de São João Batista, s/n, Centro, Niterói.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Agora que o carnaval passou podemos desejar sinceros votos:

 

http://bichinhosdejardim.com/

P.S.: Mas que elas não nos deixem loucos!

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Leitura e comentário

No texto abaixo, Zuenir Venturafaz uma crítica a leitura obrigatória dos clássicos no ensino básico. Para ele, a obrigatoriedade de ler obras de José de Alencar, MAchado de Assis, entre outros, apenas afasta os alunos da leitura. 

Achei a opinião radical e o texto um pouco simplista, pois ele apresenta poucas soluções. 

O que vocês acham? Concordam com o autor? Conseguem pensar em outra saída para as leituras escolares? 

 

 

Como (não) formar leitor (Artigo)



O Globo - RJ, Zuenir Ventura, em 10/02/2010



Por que o brasileiro um livro por ano, enquanto o americano e o europeu leem sete, oito vezes mais? Por que existem no país mais de 70 milhões de pessoas que não leem? Há várias respostas para explicar o fenômeno: baixo nível cultural de um povo com 21 milhões de analfabetos, poder aquisitivo insuficiente, falta de hábito, concorrência da televisão e da internet. Esta semana tomei conhecimento de outro fator, que é mais grave do que os outros, pois deveria ser instrumento de atração de leitores e é, ao contrário, de afastamento. Refiro-me ao aprendizado da leitura nas escolas de nível médio.



Um amigo, pai de um aluno do segundo ano, adolescente, mandou-me uma lista dos livros que o filho deverá ler neste semestre. Quem sabe eu não teria um ou outro para emprestar? Não vou citar a relação completa para não entediá-los. Eis alguns: “Senhora” e “Iracema”, de José de Alencar; “O cortiço”, de Aluisio de Azevedo; “Memórias de um sargento de milícias”, de Manoel Antonio de Almeida; “Recordações do escrivão Isaías Caminha”, de Lima Barreto; “Memórias póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis; “Memórias sentimentais de João Miramar”, de Oswald de Andrade (esqueci de perguntar se o curso era de memorialística).



Não vou entrar no mérito de uma seleção que mistura um clássico como “Brás Cubascom obras de discutível qualidade estética ou literariamente datadas, comoSenhora” e “Iracema”. O que eu me pergunto é se a melhor maneira de iniciar um jovem na leitura é forçando-o, por exemplo, a digerir a história de amor da índiazinha virgem dos cabelos negros, se hoje até o ministro Edison Lobão tem os seusmais negros do que a asa da graúna”.



Experimente tirar seu filho da frente do computador oferecendo-lhe um texto assim: “Iracema saiu do banho; o aljôfar d’água ainda a roreja, como à doce mangaba que corou em manhã de chuva. Enquanto repousa, empluma das penas do guará as flechas de seu arco, e concerta com o sabiá da mata, pousado no galho próximo, o canto agreste. A graciosa ará, sua companheira e amiga, brinca junto dela. Às vezes sobe aos ramos da árvore e de chama a virgem pelo nome.” Antes que me acusem de desprezar estilos e valores de época, esclareço que implico é com essa maneira inadequada de se levar um aluno de 15, 16 anos ao prazer da leitura. Comigo, no ginásio, me fizeram odiar os Lusíadas ao me obrigarem a “análises lógicasem que eu deveria procurar o sujeito oculto de uma frase, como se fosse um detetive. mais tarde, na faculdade, e graças à professora Cleonice Berardinelli, descobri a beleza que havia no magistral épico de Camões. Para o gosto de um jovem de hoje, diante de tantos apelos audiovisuais, não seria mais palatável, como começo de conversa, um Rubem Braga ou um Fernando Sabino?




Zuenir Ventura é jornalista e escritor , colunista do jornal O Globo e da revista Época.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Concurso Cultural Jorge Amado

A Companhia das Letras todos os anos faz concursos literários tendo um escritor brasileiro como tema. Esse ano é o Jorge Amado.
Aqueles que se interessam por redação, literatura, teatro e arte em geral, não deixem de olhar o site e ler o regulamento. 
Clique aqui para acessar o concurso.

Querem conhcer mais sobre Jorge Amado? Visitem sua casa!

Volta às aulas!!! Muita animaçããão!!!

Oba! Estamos voltando à ativa!
As férias foram maravilhosas, mas o reencontro também é bom demais.
Pra começar com humor, claro, Mafalda: