sexta-feira, 9 de abril de 2010

Mulheres na televisão

Resolvi fazer um teste: fiz uma busca no google com apenas essas duas palavras "mulheres televesão" e busquei em imagens. Selecionei algumas das imagens que encontrei apenas nas duas primeiras páginas.




    Uma moça de calcinha e sutiã sobre uma cama; um time de modelos de biquini; uma muher-fruta pedalando de biquini (?!); a mulher-maravilha e a protagonista da novela das 8 nua.

Modelos, dançarina-funkeira, uma atriz renomada e até mesmo uma personagem de quadrinhos.

O que elas têm em comum? O excesso de sensualidade relacionado a suas imagens. Por que essas moças precisar jogar bola de biquini enquando os homens que aparecem na mesma foto estão vestidos? O que essa moça que anda de bicicleta de fio-dental quer mostrar?

A televisão nos ensinou a ter um interesse enorme pelos corpos alheios. Um interesse sensual e sexual. Homens e mulheres desejam ver belos corpos e compartilham esses desejos com os amigos e com a família durante o almoço ou quando veem a Helena tomando banho na novela.

Por que ela precisava aparecer tomando banho? Pelo menos motivo que ela deve fazer fotos com um pedaço de pano cobrindo seu corpo. Essas imagens não provam sua qualidade artítica. Apenas a vendem como um corpo desejável. E invejável. Do tipo que leva mulheres a cirurgiões, academias, esteticistas etc.

O corpo e o erotismo hoje são públicos. Não que devêssemos ter pudor dos nossos corpos. Pelo contrário, eles são bonitos, devem ser saudáveis, não podem ser motivo de vergonha. Mas fazem parte da intimidade. Ou não é constrangedor ver essa foto da Andressa/ Mulher melancia? Principalmente com seus pais no sofá da sala? Mas o que nós fazemos? Entramos em uma discussão sobre a quantidade de celulite que ela tem ou o quão "gostosa" ela é.

A solução é massacrarmos Andressa da mesma forma que fizeram com Geyse Arruda? Não. Todas as duas estão imersas nessa cultura que vende o corpo,  coage a mulher a expor sua nudez, empurra pessoas jovens e vividas a almejar um tipo físico definido.

Ter prestígio é posar nua. Se iniciar na vida artística é se exibir horas de biquini na piscina de uma casa cenográfica para milhões de pessoas.

Não é pela condenação dessas práticas que escrevo esse texto. Mas sim pela prática do questionamento, porque isso sim está em falta por aí.

Sílvia Barros

Vestibular 2011

Uerj divulga edital da 1ª fase do vestibular 2011

Provas serão aplicadas em junho e setembro.
Confira também o calendário de inscrições.


 http://www.vestibular.uerj.br/portal_vestibular_uerj/index_portal.php

quinta-feira, 8 de abril de 2010

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Literatura e afeto - Por Sílvia Barros

Hoje, lendo A literatura em Perigo de Tzvetan Todorov, encontrei uma daquelas passagens que resumem toda a nossa vida. Aliás, os últimos parágrafos do prólogo resumem a vida de qualquer ser humano que ame literatura.

"Hoje, se me pergunto por que amo a literaura, a resposta que me vem espontaneamente à cabeça é: porque ela me ajuda a viver". Imediatamente me lembrei da conversa de ontem na turma 2104 do Pedro II, quando discutíamos sobre a "utilidade" da literatura. Sobre a necessidade de ler e de escrever. E o motivo é esse: precisamos de literatura para viver.

"Somo todos feitos do que os outros seres humanos nos dão". O "homem-concha" não sobrevive. Não é ser humano. Aquele que vive o mundo real, não vive. 

Ler é um ato afetivo. Tanto um carinho a nós mesmo, que damos oportunidade ao nosso sonho, que satisfazemos um anseio da nossa alma, quanto ao escritor. Isso porque o livro fechado, como eu sempe digo, é como se não exixtisse. Abri-lo, conhecê-lo é uma atitude de afeto com quem o escreveu. Com quem teve a generosidade de partilhar suas criações. É gratidão.

Todorov, um búlgaro de 70 anos, compartilha comigo, conosco o mesmo amor e a mesma necessidade: pois "ela [a literatura] permite que cada um responda melhor à sua vocação de ser humano".