quinta-feira, 1 de abril de 2010

Literatura e afeto - Por Sílvia Barros

Hoje, lendo A literatura em Perigo de Tzvetan Todorov, encontrei uma daquelas passagens que resumem toda a nossa vida. Aliás, os últimos parágrafos do prólogo resumem a vida de qualquer ser humano que ame literatura.

"Hoje, se me pergunto por que amo a literaura, a resposta que me vem espontaneamente à cabeça é: porque ela me ajuda a viver". Imediatamente me lembrei da conversa de ontem na turma 2104 do Pedro II, quando discutíamos sobre a "utilidade" da literatura. Sobre a necessidade de ler e de escrever. E o motivo é esse: precisamos de literatura para viver.

"Somo todos feitos do que os outros seres humanos nos dão". O "homem-concha" não sobrevive. Não é ser humano. Aquele que vive o mundo real, não vive. 

Ler é um ato afetivo. Tanto um carinho a nós mesmo, que damos oportunidade ao nosso sonho, que satisfazemos um anseio da nossa alma, quanto ao escritor. Isso porque o livro fechado, como eu sempe digo, é como se não exixtisse. Abri-lo, conhecê-lo é uma atitude de afeto com quem o escreveu. Com quem teve a generosidade de partilhar suas criações. É gratidão.

Todorov, um búlgaro de 70 anos, compartilha comigo, conosco o mesmo amor e a mesma necessidade: pois "ela [a literatura] permite que cada um responda melhor à sua vocação de ser humano".

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